De acordo com o estudante Pedro Lemos, a situação afeta diretamente o funcionamento da universidade. “Quando a energia cai e demora a retornar, atrapalha os trabalhadores do Restaurante Universitário a preparar a comida dos alunos, o que também compromete nossas aulas. Se o professor prepara uma aula que depende de slides, por exemplo, ele perde aquele conteúdo do dia”, relatou.
Pedro explica ainda que os novos aparelhos de ar-condicionado instalados nas salas vêm sendo danificados pelas constantes interrupções no fornecimento. “Muitos queimaram por causa dessas faltas de energia. A orientação que recebemos foi para desligar o ar das salas assim que sairmos, para evitar que queimem”, disse.
O problema, segundo ele, não se limita ao campus universitário. No bairro, comerciantes e moradores também acumulam prejuízos. “A energia instável aqui atrapalha o comércio. Minha mãe já precisou consertar o ar-condicionado e perdeu o freezer duas vezes. O computador do meu irmão queimou a placa, meu cunhado perdeu uma televisão e meu tio teve que comprar uma geladeira nova às pressas depois que a antiga queimou”, relatou.
Na universidade, setores mais sensíveis tiveram que adotar medidas preventivas. “Alguns equipamentos foram colocados em nobreak, porque se queimarem o prejuízo é de milhares de reais”, explica o estudante.
Diante dos problemas, moradores chegaram a se mobilizar. “A mãe do meu irmão fez um abaixo-assinado, mas não sei se a divulgação foi ineficiente ou se a população não sabia como participar, porque não teve tantas assinaturas”, contou Pedro.
Enquanto isso, a rotina de quem vive e trabalha no Salobrinho segue comprometida, à espera de uma solução definitiva para o fornecimento de energia elétrica na região