O projeto social “Jiu-Jitsu Também Educa” tem mostrado que o esporte pode transformar vidas. Nos últimos meses, os jovens atletas do projeto brilharam em duas importantes competições nacionais, somando 24 medalhas e consolidando Ilhéus no cenário do jiu-jitsu.
Em junho, 13 atletas participaram do Mundial X-Combat Internacional de Jiu-Jitsu, no ginásio Tancredão, em Vitória (ES), conquistando 17 medalhas: nove de ouro, seis de prata e duas de bronze. A delegação competiu em categorias com e sem kimono (GI e NO-GI), mostrando preparo técnico e dedicação.
Mais recentemente, no dia 10 de agosto, cinco competidores representaram o projeto na Copa do Brasil da BCJ-Brasil Cup Jiu-Jitsu Tour, em Salvador, e trouxeram para casa sete medalhas: quatro de ouro, uma de prata e duas de bronze.
Criado no final de 2013, o projeto tem como objetivo formar campeões dentro e fora dos tatames. Para o idealizador Pedro Costa, o jiu-jitsu é apenas uma porta de entrada para valores como disciplina, dedicação, perseverança e superação, que acompanham os jovens ao longo da vida. Atualmente, cerca de 75 alunos treinam no espaço cedido no Galpão X, ao lado do terminal urbano de Ilhéus.
As conquistas não seriam possíveis sem mobilização coletiva. Os custos com inscrições, deslocamento, alimentação e uniformes exigem rifas, doações e apoio de empresas locais. “Foi uma preparação intensa, física, técnica e mental. Além disso, tivemos que correr atrás dos recursos para bancar as viagens”, explica Pedro.
Para os jovens, as medalhas representam marcos de transformação e motivação para sonhar com uma carreira no esporte. Muitos chegam ao projeto enfrentando problemas como ansiedade e dificuldades de atenção, e encontram no tatame um espaço de pertencimento e superação. “Eles sonham em viver do esporte. Essas medalhas mostram que é possível”, afirma Pedro.
Apesar dos resultados expressivos, o projeto ainda enfrenta desafios estruturais. A equipe precisa de cerca de 40 kimonos em diferentes tamanhos e novos jogos de tatame, já que muitos atletas treinam com uniformes remendados ou emprestados. “Eles sonham com bolsas de incentivo e uma vida melhor por meio do esporte. Se acreditarem neles mesmos e levarem essa disciplina para a vida, o mundo fica pequeno”, conclui.