Um tratamento experimental baseado em edição genética tem apresentado resultados inéditos no combate à leucemia linfoblástica aguda de células T, um tipo de câncer sanguíneo altamente agressivo. A técnica modifica glóbulos brancos para transformá-los em células capazes de localizar e destruir a doença.
A primeira paciente, tratada em 2022, segue sem sinais de câncer e leva vida normal. Outras dez pessoas, oito crianças e dois adultos, participaram do estudo realizado pela University College London e pelo Great Ormond Street Hospital, no Reino Unido. Quase dois terços entraram em remissão, após falhas anteriores de quimioterapia e transplantes de medula óssea.
A tecnologia, chamada edição de bases, permite alterar um ponto específico do DNA e “reprogramar” células T saudáveis doadas. Elas passam por quatro modificações para evitar que ataquem o próprio paciente e, ao mesmo tempo, reconheçam e eliminem as células cancerosas. Depois da infusão, os pacientes recebem um novo transplante de medula para reconstruir o sistema imunológico.
O método ainda envolve riscos importantes, como infecções durante o período em que as defesas do organismo são eliminadas e possíveis mutações que permitem ao câncer escapar do tratamento. Mesmo assim, especialistas classificam os resultados como animadores para uma doença que oferece poucas alternativas terapêuticas.


