Foto: Karen Povoas

O teatro do CIEBTEC (Complexo Integrado de Educação Básica, Profissional e Tecnológica) se transformou, no dia 4 de abril, em uma sala de cinema e diálogo com a estreia da Mostra Cineclubista Itinerante – Cinema Negro em Foco. A ação gratuita levou à escola a exibição de quatro produções brasileiras de forte impacto social, seguidas de bate-papo com os estudantes e oficinas formativas.

Na programação, os filmes Ecos da Caveira de Burros (Sebáh Villas-Bôas), Até as Pedras se Encantam (Ana Diamante), Confinados, em suas Vidas (Isidoro Cruz Neto) e Contragolpe (Victor Uchôa) tocaram em temas como desigualdade, ancestralidade e política. A estudante Maria Fernanda Marques Barreto, de 16 anos, se emocionou com o documentário Contragolpe:

“Esse filme reflete a minha realidade porque também faço parte de um programa que tem o mesmo foco: tirar a ideia de que as pessoas da periferia são criminosas. Gostei muito.”
A mostra não parou nas telas. As oficinas de Cineclubismo, com Cláudio Lyrio, e de Produção Audiovisual com Celular, com Sebáh Villas-Bôas, mostraram aos estudantes como criar seus próprios cineclubes e realizar filmes com recursos simples.

“É importante sair um pouco da rotina da sala de aula para que os alunos tenham contato com o mundo audiovisual e façam a leitura do que está por trás na produção dos filmes. Eu acredito que, dessa forma, eles vão ter uma perspectiva diferente ao assistir a filmes”, afirmou Cláudio, coordenador do projeto.

O professor de Ciências Humanas, Rafael Gama, também destacou a importância do acesso à arte e à reflexão crítica:
“Os profissionais estão aqui apresentando esse projeto como resultado de políticas públicas, de muita luta dos movimentos populares em torno da arte. Pra isso, é importante que vocês participem de ações como essas para que mais recursos sejam destinados a projetos dessa importância.”

A mostra conta com acessibilidade garantida por intérprete de Libras (Roberta Brandão/InLibras) e segue com programação em abril. No dia 23, haverá nova exibição e debate no Colégio Estadual em Tempo Integral Professor Adeum Hilário Sauer, com mediação do pesquisador Richard Santos (UFSB). No dia 30, a sessão será aberta ao público no Centro de Cultura Adonias Filho, às 14h.

A iniciativa é realizada pelo Ponto de Cultura OCA – Centro de Agroecologia e Educação da Mata Atlântica, por meio do Cineclube Mocamba, com apoio da Lei Paulo Gustavo, da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) e da Prefeitura de Itabuna. Mais que uma mostra de filmes, o projeto é uma ação educativa, política e afetiva que reafirma o cinema como espaço de transformação.