Merenda escolar de Ilhéus avança com novas estratégias e fiscalização rigorosa

Sumário

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Ao assumir a Secretaria de Educação de Ilhéus, em janeiro deste ano, Evani Cavalcante encontrou um cenário crítico na merenda escolar. “Não tínhamos licitação, aditivo ou saldo. Era dia 1º de janeiro e a primeira parte das aulas começaria no dia 24 de fevereiro. Tecnicamente, não teríamos como ofertar alimentação escolar”, relata a secretária. Sem contrato vigente, a alternativa foi recorrer a um contrato emergencial, garantindo que os princípios do interesse público e da dignidade do estudante fossem respeitados, especialmente considerando que muitos dependem da alimentação fornecida pela escola para a subsistência diária.

A partir dessa medida, Evani explica que foi possível retomar o fornecimento de alimentação de forma gradual: as escolas com maior efetivo de professores iniciaram as aulas no final de fevereiro, e as demais em março, após finalização do processo seletivo simplificado para contratações temporárias.
Segundo a secretária, a qualidade da alimentação escolar já é reconhecida por alunos e pais. “Alguns relataram que, às vezes, não há comida suficiente em casa e eles se alimentam na escola. Recebemos feedbacks positivos sobre o cardápio que conta com alimentos como feijão, arroz, carne, verduras e frutas, e até nos eventos especiais, como o Dia dos Pais, a comida foi elogiada”, afirma.

Para atender à demanda, a Secretaria passou a contar com merendeiras comprometidas e com um sistema de merendeiras volantes, garantindo que a alimentação não seja interrompida mesmo diante de atestados médicos prolongados. “Se uma merendeira fica afastada por oito ou quinze dias, outra profissional se desloca para aquela unidade para que o aluno não fique sem comida”, detalha Evani.

A secretária ressalta ainda o papel do Conselho Municipal de Alimentação Escolar e do setor técnico da Secretaria, que trabalham para garantir o armazenamento correto, a conservação e a oferta adequada de alimentos. Apesar dos avanços, algumas escolas ainda enfrentam limitações estruturais, como falta de geladeiras, freezers e fornos, principalmente nas unidades de tempo integral, que servem de três a quatro refeições diárias. “Estamos em processos licitatórios para resolver essas questões a médio e curto prazo”, explica.

Evani destaca que a alimentação escolar é parte de um ecossistema educacional maior, envolvendo professores, agentes administrativos, profissionais de apoio e merendeiras. “É um trabalho sério, feito com responsabilidade e que, muitas vezes, não é divulgado à comunidade. Estamos avançando na infraestrutura das cozinhas e no fornecimento adequado, garantindo que os alunos tenham acesso a uma alimentação digna e segura”, conclui.

Desde o início da gestão, a secretária tem se empenhado em visitar as escolas. “A presença da equipe é vital para captar as reais necessidades dos alunos”, destaca. Ela reconhece que, muitas vezes, a figura da secretária é vista como uma autoridade distante, mas seu objetivo é se aproximar da comunidade. “Eu quero desconstruir essa imagem e mostrar que estamos aqui para servir”, completa.

A secretária enfatiza a importância de monitorar de perto a execução do contrato de alimentação, realizando visitas regulares. “Precisamos garantir que as escolas recebam o que precisam, especialmente as de tempo integral, que demandam um estoque maior”, explica.

Embora reconheça que ainda há muito a ser feito, a secretária se mostra otimista com os avanços já alcançados. “Com o esforço conjunto da equipe e a participação da comunidade, podemos transformar a realidade das nossas escolas”, diz.

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