O jovem Tyler Robinson, de 22 anos, foi preso nesta sexta-feira (12) sob suspeita de assassinar o ativista conservador Charlie Kirk, de 31 anos, aliado do presidente Donald Trump. A captura ocorreu após três dias de buscas que mobilizaram a polícia local e o FBI, mas só foi possível porque amigos e familiares do suspeito decidiram entregá-lo às autoridades.
O governador do Utah, Spencer Cox, confirmou a prisão e afirmou que Robinson havia confessado o crime a pessoas próximas, que então procuraram a família. “Quero agradecer à família de Tyler Robinson. Vocês fizeram a coisa certa”, declarou.
Pouco depois do anúncio, o presidente Donald Trump afirmou que pretende pedir a pena de morte para o responsável pelo assassinato. Segundo ele, Kirk era uma das vozes mais importantes de seu movimento político, especialmente entre jovens, e sua morte exige uma resposta exemplar.
De acordo com o FBI, a operação de busca durou 33 horas e envolveu mais de 200 entrevistas e a análise de 7 mil pistas. O diretor-geral da agência, Kash Pattel, disse que já existem provas físicas ligando Robinson ao ataque e que o jovem deve ser formalmente indiciado ainda nesta sexta-feira.
Charlie Kirk foi atingido por um disparo no pescoço enquanto falava em um debate na Universidade Utah Valley. As autoridades acreditam que o tiro partiu de um telhado, a quase 200 metros de distância. Um fuzil de alta potência foi encontrado em uma área próxima, usada, segundo a polícia, como rota de fuga.
Cox explicou que Robinson não era estudante da instituição. Ele teria dirigido até o campus no dia do evento, disparado contra Kirk, trocado de roupas e fugido a pé. Em redes sociais, o suspeito mantinha publicações sobre armas de fogo, e familiares relataram que seu discurso político havia se radicalizado nos últimos anos.
Segundo autoridades e relatos confirmados por Trump em entrevista à Fox News, Robinson foi convencido a se apresentar após um pastor local — também policial — reconhecer o jovem e alertar seu pai. O New York Times informou que ele estava a cerca de 400 quilômetros do local do ataque quando foi identificado.
Na quinta-feira (11), o FBI havia divulgado imagens de um homem classificado como “potencial atirador” e oferecido uma recompensa de US$ 100 mil (cerca de R$ 630 mil) por informações que levassem à captura.
A morte de Kirk teve forte repercussão no cenário político americano. Trump, que inicialmente responsabilizou setores da esquerda, depois moderou o tom e afirmou que o ativista sempre defendeu a não violência.
O corpo de Kirk foi levado na quinta-feira para Phoenix, Arizona, em aeronave oficial do vice-presidente JD Vance, que ajudou a carregar o caixão. A viúva, Erika Kirk, acompanhou o traslado.