Na noite do dia 31 de março, o busto de Ruy Barbosa foi alvo de uma tentativa de furto. A ação deixou o monumento danificado e forçou sua retirada para reparo. Apenas uma semana depois, na madrugada da sexta-feira (4), outro símbolo cultural de Ilhéus foi violado: A Casa Jorge Amado, fechado para reformas desde janeiro, foi invadido por criminosos que levaram objetos pertencentes ao artista.
Buscamos detalhes do ocorrido com a Prefeitura Municipal de Ilhéus e recebemos a informação de que não havia muitos itens do acervo no local, pois grande parte foi transferida para o Teatro Municipal no início do ano. Apenas algumas peças estavam em uma vitrine lacrada. Foram furtados 1 aparelho de TV com defeito e poucos materiais do acervo. Todas as portas do 1º andar foram arrombadas.
A gestão municipal realizou um boletim de ocorrência e a delegacia especial de furtos e roubos já iniciou a investigação.
O que chama atenção são os dois ataques registrados em sequência, ambos dirigidos a marcos da história e da identidade local. A proximidade entre os dois episódios acende um alerta. Existe um movimento articulado por trás desses ataques?
Paulo Rosário, ex-diretor da Casa Jorge Amado, lamenta o episódio e faz um apelo à comunidade:
“A perda de objetos valiosos e históricos é um golpe para a cultura e a memória do nosso município. Jorge Amado foi um grande escritor que deixou um legado imenso, e ver suas relíquias sendo levadas é como ver parte da nossa história sendo apagada. É importante que a comunidade se una nesse momento, mostrando que valorizamos nossa cultura e nosso patrimônio. Espero que as autoridades consigam recuperar os itens e que isso sirva de alerta para a preservação dos locais históricos.”
A Prefeitura de Ilhéus condenou os atos e afirmou estar comprometida com a restauração dos bens públicos.
Uma pergunta permanece no ar: o que há por trás dessas atitudes criminosas dentro de uma semana?