O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quarta-feira (5) que a reforma da Previdência começará a ser votada no Congresso o “mais rápido possível”, ainda nos seis primeiros meses do seu governo.
Bolsonaro conversou com jornalistas após encontro e solenidade no Exército onde recebeu uma medalha. O presidente foi condecorado pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, por ter salvo, em 1978, um soldado de um afogamento.
“O mais rápido possível, né? No primeiro mês é impossível. Nos primeiros seis meses com toda certeza o Congresso começará a votar estas propostas”, disse Bolsonaro sobre a votação da reforma da Previdência.
O presidente eleito voltou a falar que o ponto inicial da reforma será a idade mínima para aposentadoria. “O que mais interessa é idade mínima. Pode mudar ate lá. Não significa que houve recuo, mas sim negociação”, disse.
Ele reforçou a importância da reforma. “Se nós continuarmos sem fazer reforma, daqui a pouco estaremos como a Grécia”, afirmou.
Nesta terça-feira (4), Bolsonaro afirmou que pretende apresentar ao Congresso uma proposta fatiada de reforma da Previdência Social. Segundo ele, o primeiro tema que deve ser apresentado ao parlamento é a proposta de definição de uma idade mínima para aposentadoria.
A reforma da Previdência é considerada fundamental para equilibrar as contas públicas do país. O governo do presidente Michel Temer chegou a enviar ao Legislativo uma proposta de alteração das regras previdenciárias, porém, desistiu da reforma em fevereiro após perder apoio no Congresso em razão de denúncias de corrupção.
Meio ambiente
O presidente eleito disse, ainda, que não escolheu nome para chefiar o Ministério do Meio Ambiente. Ele afirmou que a escolha é díficil que precisa de alguém que se adapte ao que ele quer.
“Está difícil. Temos bons nomes, mas precisamos de alguém que se adapte a aquilo que eu quero”, afirmou.
Índios
Bolsonaro voltou a falar sobre o destino da Fundação Nacional do Índio (Funai) e as reservas indígenas. Atualmente, a fundação é vinculada ao Ministério da Justiça, mas Bolsonaro disse que o órgão pode ser transferido.
“Vai para algum lugar, fique tranquila, vai para algum lugar onde o índio receberá um tratamento que ele merece. O índio quer se integrar à sociedade. Alguns setores da imprensa fizeram uma maldade comigo. Vou repetir aqui: o índio quer energia elétrica, quer médico, quer dentista, quer internet, quer jogar um futebol, ele quer aquilo que nós queremos”, disse.
Nesta terça (4), Bolsonaro disse que a Funai pode ser transferida para a pasta da Cidadania. Na segunda (3), o responsável pela transição de governo, Onyx Lorenzoni, havia dito que o governo cogitava deslocar a Funai para o Ministério da Agricultura.
“Aqui no Brasil alguns querem que o índio continue dentro de uma reserva como se fosse um animal em zoológico. Eu não quero isso. Eu quero tratar o índio como um ser humano. Como um cidadão. Eu quero que o índio explore a sua propriedade, explore o subsolo, ganhe royalties em cima disso. Eu quero que o índio plante ou arrende a sua terra”, completou.
Direitos Humanos
Bolsonaro disse que ainda não definiu nome para comandar o Ministério de Direitos Humanos e que a pastora evangélica Damares Alves é um dos nomes em avaliação.
“Não tem nome confirmado ainda. Temos indicações. Estamos aguardando um pouco mais. Damares é um nome”, afirmou.
Damares Alves é assessora parlamentar do senador Magno Malta (PR-ES), aliado do presidente eleito.
Solenidade no Exército
Segundo informações do Exército, Jair Bolsonaro foi condecorado por ter impedido que um soldado da 2º bateria de Obuses do 21º Grupo de Artilharia de Campanha se afogasse durante a atividade de instrução militar, em 1978.
A Medalha do Pacificador com Palma é concedida a militares brasileiros que se destacaram por atos pessoais de abnegação, coragem e bravura, com risco da própria vida.
Fonte: G1
Comentários
Sem Comentários