Na tarde da última terça-feira (3), um acontecimento marcou o cotidiano dos militares da 2ª CIA BM, em Ilhéus, pertencente ao 4° BBM de Itabuna. Um carro atravessou os portões do quartel, com uma mulher em trabalho de parto avançado, precisando de atendimento imediato. Dois minutos depois, o pequeno Davi veio ao mundo, dentro do carro, no pátio.
A guarnição responsável pela ocorrência era formada pelos bombeiros CB BM Vieira, SD BM Caio Willian, SD BM Tayrone e SD BM Davi. Com agilidade e preparo, eles acolheram a parturiente e auxiliaram no processo. Após o nascimento, mãe e filho passaram pelos primeiros cuidados ainda dentro do veículo. O cordão umbilical foi cortado e ambos foram transportados pela guarnição para o Hospital Materno Infantil de Ilhéus.
Entramos em contato com a cabo Ninna Vieira, bombeira militar e enfermeira, que compartilhou sua emoção ao viver um momento tão simbólico na profissão:
“Em nossa profissão, lidamos sempre com muitas perdas humanas e materiais. Ver Davi nascer foi um ganho maravilhoso. Estávamos no pátio quando o carro chegou. A mãe estava deitada no banco traseiro e, ao avaliarmos, percebemos que ela já se encontrava no período expulsivo. Só deu tempo de calçar as luvas e, após duas contrações, ele nasceu, forte e ativo.”
Ninna destacou também a importância de respeitar o protagonismo da mulher durante o parto. Segundo ela, a equipe não realizou o parto, mas ofereceu suporte e assistência à parturiente no momento em que o nascimento se tornou inevitável:
“Na concepção atual de parto humanizado, evitamos a expressão ‘a equipe fez o parto’. A mãe é a protagonista. A nós cabe ajudar, auxiliar, assistir.”
Essa não foi a primeira vez que a cabo Ninna participou de um nascimento. Durante sua formação no 6º BBM, em Porto Seguro, ela auxiliou em outras três situações semelhantes, e em Ilhéus já havia prestado apoio em um parto dentro de um carro de aplicativo.
Davi Luca chegou ao mundo de forma inesperada, em um cenário pouco convencional, mas cercado de cuidado, preparo e emoção. Uma cena que simboliza o que há de mais essencial no trabalho dos bombeiros: estar pronto para salvar, proteger.
