A força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) da Lava Jato no Rio de Janeiro (RJ) concluiu a primeira denúncia da Operação Unfair Play, deflagrada no mês passado. Com mais essa acusação, o ex-governador Sérgio Cabral acumula 15 denúncias, 14 na Lava Jato do Rio de Janeiro e uma de Curitiba (PR). O empresário Arthur Soares, conhecido como “Rei Arthur”, a sua sócia Eliane Pereira Cavalcante, e outras cinco pessoas também são acusadas por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa. São elas: Carlos Miranda, Renato Chebar, Sérgio Côrtes, Enrico Vieira Machado e Leonardo de Souza Aranha.
“Rei Arthur”, em troca de vantagens na celebração de contratos com suas empresas, efetuou pagamentos de vantagens indevidas a diferentes pessoas. Dono do Grupo Facility, durante o mandato de Cabral como governador, foi apontado como o maior fornecedor de mão de obra terceirizada do governo estadual. Ele chegou a faturar aproximadamente R$ 250 milhões.
No Brasil, Arthur Soares realizou pagamento de vantagens indevidas por meio de entrega de dinheiro em espécie, contratos fictícios ou pagamento de despesas pessoais, como, por exemplo, contrato entre a KB Participações e a GRALC/LRG Agropecuária, empresa de Carlos Miranda, em valores acima de R$ 1 milhão. Também foi apurado que a empresa Facility, que possui contratação com o Estado do Rio de Janeiro, custeou a implantação de sistema de segurança na cobertura do então secretário Estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, em valor de aproximadamente R$ 148 mil.
Cabral é acusado de receber US$ 10,4 milhões em propina de “Rei Arthur”, entre março de 2012 e novembro de 2013, e ocultar o valor no exterior, além de ter recebido um total de R$ 1 milhão no Brasil entre 2007 e 2011. De acordo a denúncia do MPF, o pagamento era feito no país com entregas de recursos em espécie, celebração de contratos fictícios com membros da organização criminosa e pagamento de despesas pessoais.
Já no exterior, “Rei Arthur” repassava o dinheiro da conta de sua empresa Matlock, para a conta Blue Stream e outras contas de Renato Chebar. Foi comprovado que Cabral chegou a ocultar a soma de USD 100 milhões nessas contas.
Em relação aos fatos relacionados à compra de votos para a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, as investigações da força-tarefa prosseguem, após a deflagração, na semana passada, da Operação Unfair Play – segundo tempo.
Fonte: Ascom MPF11
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