A Fundação Rockefeller anunciou 37 cidades que se juntam à sua rede mundial de resiliência urbana. Com estes novos membros, a iniciativa alcança a marca das 100 cidades aderentes, atingindo, desta forma, o compromisso que lhe dá o nome: 100 Resilient Cities (100 RC). No lote dos 37 novos membros estão Nairobi (Quénia), Jacarta (Indonésia), Buenos Aires (Argentina), oito cidades norte-americanas e quatro europeias (Belfast, na Irlanda do Norte; Manchester, Inglaterra; Haia, na Holanda; e a transcontinental Tbilisi, na Geórgia). Fazem já parte desta lista, Curitiba, Rio de Janeiro e Salvador, que ampliou e integrou o conceito de Resiliência a vários pilares da Gestão Pública, recentemente. Ao juntarem-se à iniciativa, cada cidade receberá apoio logístico e técnico e fundos para contratar um especialista responsável pela elaboração de uma estratégia de resiliência na abordagem a questões como a globalização, a crescente urbanização ou as alterações climáticas. Para isso, o chief resiliente officer (CRO) vai trabalhar com os líderes municipais e contar com o apoio da Fundação Rockefeller, que, através da Plataforma de Parceiros 100RC, disponibiliza mais de 200 milhões de dólares em ferramentas, serviços e assistência técnica.

A rede de 100 cidades beneficia também da troca e partilha de experiências e conhecimento peer-to-peer, promovida pela Fundação, e que resulta em parcerias e soluções conjuntas.

“A Rede 100RC oferece à comunidade global uma nova forma de lidar com desafios complexos e partilhados, construindo resiliência urbana”, referiu Judith Rodin, presidente da Fundação Rockefeller. Diz ela: “Incorporar planejamento e princípios de resiliência não só prepara as cidades para desastres e ameaças de longo prazo, como melhora os padrões de vida do quotidiano para todos os membros da comunidade urbana. A diversidade geográfica, política e cultural, agora, completa rede de 100 cidades resilientes, demonstra que, no que toca à abordagem aos desafios mais complexos deste século, o planeamento para a resiliência é essencial”, afirmou.

Para Michael Berkowitz, presidente da 100 RC, o alcançar deste marco é motivo de orgulho, mas, admite, “o verdadeiro trabalho está para a frente”. “O limiar de sucesso para a 100RC não será apenas atingido na nossa rede de 100 cidades. Em vez disso, será na capacidade de escala das soluções, e de todas as cidades do mundo de construírem a partir do trabalho inovador que será feito por estas 100 Cidades Resilientes, através da implementação das suas estratégias de resiliência”, explicou.

Lisboa foi a única cidade portuguesa a fazer parte desta iniciativa, lançada em 2013. No caso português, a estratégia visa ajudar a cidade a lidar com seis desafios principais: envelhecimento da população, risco sísmico, risco de inundações (costeiras ou resultantes de precipitação), deslizamento de terras, aumento da altura do nível do mar e a erosão costeira, e infraestruturas envelhecidas. Atualmente, Portugal criou uma Rede de Cidades Resilientes portuguesas e já conta com dezenas de cidades em transformação. Observo que Portugal lidera as ações de inteligência urbana, (smart cities) na Europa e no mundo. Tratar da Resiliência urbana, é tratar de inteligência para as cidades. Desde o lançamento da 100 RC, já foram nomeados mais de 50 chief resilientes officers nas 100 cidades aderentes. O objetivo da ação global é ajudar as cidades a tornarem-se mais resilientes aos atuais desafios, sejam eles sociais, sejam eles físicos ou econômicos. Sim, As ações de Resiliência, não se aplicam hoje apenas a desastres naturais ou não. A resiliência, deve também ser construída, em conjunto com a sociedade organizada, e os geradores de emprego e renda do município para mitigação e suporte, para a economia local, durante eventos dramáticos, como o que estamos vivendo com a PANDEMIA. Observo, portanto, que uma Cidade Inteligente, Sustentável & Resiliente, deve aplicar em todas áreas da gestão pública, as práticas da Resiliência. Isto é planejamento estratégico, isto é, Sustentabilidade Integral.

Observo que a erosão no litoral norte de Ilhéus, na Barra de São Miguel, é um desastre antrópico, portanto previsível, se estudos técnicos fossem feitos na época da construção do Porto do Malhado. Cabe agora ações de mitigação definitiva para o presente, e planejamento de resiliência para o futuro.

Existem em Ilhéus, outras áreas que precisam de ações semelhantes. A exuberância hídrica de Ilhéus é enorme, mas frágil e impotente, as ações antrópicas, não respeitosas, ao Meio Natural que vivemos.

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