Governo Trump revoga vistos de Alexandre de Moraes, ministros do STF e seus familiares

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Decisão ocorre em meio a novas medidas judiciais contra Bolsonaro no Brasil e acusações de censura por parte do Supremo

O governo de Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira (18), a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, de outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e de seus familiares, impedindo a entrada deles em território norte-americano. A informação foi divulgada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

Segundo Rubio, a decisão se baseia em uma suposta violação à liberdade de expressão promovida por Moraes, a quem acusa de liderar uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos”, escreveu o secretário. Ele classificou as ações de Moraes como uma ofensiva que, segundo ele, ultrapassa as fronteiras do Brasil e atinge diretamente os americanos.

Ainda não há confirmação oficial sobre quais outros ministros da Suprema Corte foram incluídos na medida. A decisão, segundo Rubio, tem efeito imediato e inclui também familiares dos magistrados atingidos.

A ofensiva norte-americana ocorre um dia após novas ações da Polícia Federal contra Bolsonaro. Por determinação de Alexandre de Moraes, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente e na sede do PL, em Brasília. A operação foi motivada por suposta atuação do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro, que teria articulado, nos EUA, medidas contra autoridades brasileiras.

Além das buscas, Moraes determinou uma série de medidas cautelares contra o ex-presidente, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de uso de redes sociais e de manter contato com diplomatas, embaixadores ou investigados no caso, além de recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h. As medidas foram submetidas à Primeira Turma do STF, que formou maioria para mantê-las.

O episódio marca mais um capítulo na crescente tensão diplomática entre o campo bolsonarista e o Judiciário brasileiro, agora com repercussões no cenário internacional. Na quinta-feira (17), Trump publicou mensagem de apoio a Bolsonaro, chamando o julgamento do STF de “perseguição política” e pedindo seu encerramento. Em carta anterior, enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente americano também acusou o Brasil de práticas comerciais desleais e ameaçou impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto.

Trump ainda criticou decisões “secretas e ilegais” do ministro Moraes relacionadas a empresas de tecnologia americanas, alegando que essas ações configuram ataque à liberdade de expressão de cidadãos dos EUA.

A escalada do embate sugere que a tensão política interna no Brasil começa a ganhar contornos internacionais, com efeitos diretos na relação entre Brasília e Washington.

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