A União Europeia (UE) adotou nesta segunda-feira novas sanções contra a Coreia do Norte, diante da “persistência da ameaça que representa para a paz e para a estabilidade internacionais” o seu programa nuclear e balístico, anunciou o Conselho da UE. O regime norte-coreano vem enfrentando uma série de punições em resposta à sua crescente ameaça nuclear ao mundo e, sobretudo, aos Estados Unidos.
“O Conselho adotou novas medidas autônomas da UE para continuar aumentando a pressão sobre este país, entre elas, a proibição de investimentos europeus em todos os setores da economia norte-coreana, assim como da venda de produtos petrolíferos refinados e de petróleo”, detalhou a instituição.
O bloco proibiu todas as inversões no país asiático em todos os setores e também a venda de produtos petrolíferos refinadores e petróleo, explicou o Conselho da UE. Os europeus ainda rebaixaram de 15 mil euros a 5 mil o limite das remessas pessoas que são transferidas para o país, por suspeita de seu uso para apoiar os programas nuclear e de míssil do país.
A União Europeia também decidiu não renovar as permissões de trabalho no bloco para os norte-coreanos, excluindo os beneficiários de proteção internacional, e adicinou três pessoas e seis entidades em uma lista de proibição por apoiar os programas de desenvolvimento de armamento. O número total de pessoas e empresas que foram submetidas a sanções próprias sobe para 41 pessoas e 10 empresas, indicou o Conselho da UE.
Essas sanções se somam às impostas em setembro pelo Conselho de Segurança da ONU em resposta ao último teste nuclear norte-coreano e que os países europeus já aplicaram, especialmente contra as exportações de carbono, ferro e produtos de pesca. Em virtude das punições das Nações Unidas, a UE já havia imposto medidas restritivas contra 63 pessoas e 53 entidades.
As tensões na Península Coreana aumentaram consideravelmente nas últimas semanas, na esteira de uma série de testes de armas de Pyongyang, incluindo seu sexto e mais poderoso teste nuclear realizado em 3 de setembro e dois lançamentos de mísseis sobre o Japão, além de uma guerra de palavras entre os EUA e a Coreia do Norte. O exercício nuclear realizado pelo regime asiático causou um violento tremor, que foi sentido no Nordeste da China. Segundo o governo norte-coreano, foi testada uma bomba de hidrogênio altamente poderosa.
Em decorrência do pacote de sanções anterior, a China proibiu no fim de agosto que empresas e cidadãos norte-coreanos estabelecessem novas empresas em seu território. Além disso, bancos chineses começaram a rejeitar clientes norte-coreanos. Pequim, que assegura aplicar as sanções da ONU em sua integridade, defende, no entanto, a busca de uma solução pacífica para a crise.
Numa cada vez mais alarmante troca de ofensas, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente americano, Donald Trump, ameaçam tomar ações militares, enquanto a comunidade internacional pede calma para evitar uma guerra nuclear de consequências catastróficas. A China defende a retomada das negociações de paz e propõe uma dupla moratória: a interrupção simultânea dos testes balísticos e nucleares de Pyongyang e das manobras militares conjuntas da Coreia do Sul e Estados Unidos.
Fonte: O Globo
Foto: AFP Photo/KCNA via KNS
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