Nem mesmo os organizadores sabem o ano correto de quando tudo começou. “Tem mais de 35 anos”, calcula Joana Angélica da Silva, diretora do bloco “Zé Pereira”, que é uma das agremiações maios tradicionais de bloco de rua no Carnaval de Ilhéus. O que no início era apenas uma brincadeira da família de Joana Angélica, tornou-se uma das maiores manifestações de rua do bairro do Pontal, durante os festejos do momo.

“A gente saía do Clube do Pontal, após os bailes, mas queria continuar a festa do Carnaval. Pegava panelas, colheres de pau, e fazia barulho pelo bairro. A ideia começou a reunir cada vez mais amigos. Hoje temos um bloco que reúne quatro mil pessoas – com camisas promocionais ou fantasias – que é puxado pela madrugada por uma bandinha de sopro”, conta a diretora.

Amanhã tem – O próximo desfile está confirmado para a zero hora desta sexta-feira (9). O Pontal se prepara para receber um público recorde, mesmo a cidade tendo cancelado o carnaval oficial. Na rua Dom Pedro II, 29, no bairro onde o bloco nasceu, é intensa a comercialização de camisas. Com 40 reais, você desfila e ainda tem direito a seis latinhas de cerveja. Ainda há camisas disponíveis.

“Ontem fui ao centro e os donos dos principais armarinhos e de loja de aluguéis de fantasia me paravam para dizer que todo mundo estava falando em comprar ou alugar uma fantasia e ir para a nossa festa”, comemora Joana Angélica. A Superintendência de Trânsito (Sutrans) informa que um esquema especial será montado para evitar congestionamentos na ponte e na avenida Lomanto Júnior, principal forma de acesso ao bairro, via centro.

Manifestação popular – Este ano, Ilhéus não realizará o carnaval oficial. Apesar de reconhecer a importância da festa mais popular do Brasil para uma cidade com vocação turística como Ilhéus, o prefeito do município, Mário Alexandre, justificou a sua decisão considerando que o momento de crise nacional requer total responsabilidade e os “pés no chão” dos gestores municipais. Ilhéus iniciou o ano de 2018 com o sequestro por parte da Receita Federal de 4 milhões e meio de reais dos cofres públicos, além da suspensão do repasse de recursos previsto do governo federal para os municípios.

Mas se a cidade não realiza a festa, vai permitir a manifestação espontânea nas ruas, como, por exemplo, o desfile do “Zé Pereira” no Pontal. Durante os festejos, uma estrutura mínima está garantida pela Prefeitura para oferecer segurança ao folião que se deslocar à avenida Soares Lopes, onde os festejos oficiais normalmente acontecem.

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