A Universidade Estadual do Ceará (Uece) pediu autorização à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar testes em humanos de uma vacina contra a covid-19 desenvolvida pela instituição. Com pesquisas iniciadas em abril de 2020, o imunizante apresentou eficácia superior a 90% nas fases pré-testes, quando é aplicada em camundongos. Batizada como 2H120 Defense, a vacina cearense tem valor estimado de R$ 0,04 por dose e a imunização completa com duas doses. Caso o custo se confirme e receba as devidas autorizações de uso, será a vacina mais barata a ser usada no Brasil.

Se for autorizada pela agência, a universidade conduzirá o estudo clínico em três fases, conta Ney Carvalho, pesquisador do Laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular (LBBM) da Uece. Na primeira, recrutará cerca de 100 pessoas adultas, com idade entre 18 e 60 anos, que não apresentem comorbidades. Para a segunda, selecionará pessoas acima de 60 anos com comorbidades. Para a última fase, não há um número específico de pessoas, mas deverão ter múltiplos perfis e ser de diversas partes do Brasil. “Para esses testes, selecionaremos pessoas saudáveis que ainda não tenham tomado outras vacinas contra a covid-19”, conta Izabel Florindo, professora imunologista e coordenadora do LBBM.
A documentação necessária foi enviada pela UECE no último domingo (9). Técnicos da agência e da instituição de ensino se reuniram nesta quinta-feira (13) para discutir o projeto de desenvolvimento clínico do “potencial imunizante vacinal contra SARS-Cov-2”, confirmou a Anvisa. A entidade aguarda documentos entregues de forma física para iniciar a análise.
A expectativa dos pesquisadores é que, quando finalizada, a vacina cearense seja uma das mais baratas ofertadas no país. Com valor estimado de R$ 0,04 por dose, a imunização completa ocorrerá após a segunda dose. O custo por dose da Coronavac é de US$ 3,16 e o da Pfizer, de US$ 12.

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