Chocolat Bahia atraiu 60 mil visitantes, movimentando R$ 10 milhões
Equipamentos para fermentar e secar amêndoas de cacau, máquinas que transformam barras de chocolate em uma bebida quente, outras que fazem fondue na hora e tantas outras soluções compactas para facilitar a produção de chocolate desde a amêndoa até a barra. Inovações tecnológicas como essas foram expostas na nona edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau, o Chocolat Bahia, realizado entre os dias 20 e 23 de julho, em Ilhéus. O evento reuniu mais de 80 expositores, sendo cerca de 40 marcas de chocolate de origem no Centro de Convenções da cidade e movimentou mais de R$ 10 milhões em negócios durante quatro dias.
“Se tem uma coisa que pode alavancar essa região é o chocolate. No mundo inteiro, há cidades que vivem do chocolate e não tem um pé de cacau plantado. O futuro está aqui e depende de iniciativas públicas e privadas no sentido de incentivar a produção de chocolate e fazer com que essa região de torne um polo de atração de investimentos, impulsionando o turismo e a economia como um todo”, resumiu o secretário do Planejamento e vice-governador João Leão, durante visita à feira.
A passeio em Ilhéus, o biólogo espanhol Santiago Castroviejo-Fisher se surpreendeu com o evento. “Há muitas variedades de chocolate com amêndoas selecionadas de tipos específicos e sabores marcantes que eu nem sabia que existiam. Gostei muito”, elogiou, ao garantir algumas barras depois de circular por diversos estandes. A jornalista Mila Melo, de Feira de Santana, em sua primeira viagem a Ilhéus, também teve uma grata surpresa. “Fui a um casamento em Ilhéus e acabei aproveitando para conhecer a cidade. Vendedores de artesanato, taxistas, todos falavam tão bem do Festival do Chocolate que decidi ir. Fiquei surpresa com o tamanho do evento. Foi ótimo poder conhecer uma grande variedade de chocolates em um único espaço”, contou.
Santiago e Mila são dois dos mais de 60 mil visitantes desta edição, superando em 20% a os 50 mil registrados no ano passado. Marcado no calendário turístico da região, o Chocolat Bahia já é responsável por uma ocupação hoteleira superior a 80% no período. “Representados pelo Cacau Convention Bureau e pela Associação de Turismo de Ilhéus, os hotéis passam a incorporar cada vez mais o conceito do cacau e do chocolate dentro do seu negócio, valorizando esse importante aspecto do destino turístico”, comentou o empresário Marco Lessa, idealizador e organizador do evento.
“O Festival do Chocolate de Ilhéus é uma realidade se falarmos de produto turístico. Graças às sucessivas edições do evento, a Terra de Gabriela também é hoje conhecida como a Terra do Chocolate. A iguaria complementa um conjunto de atrativos do município que tem belas praias, monumentos culturais e recursos naturais de rara beleza”, elogiou a senadora Lídice da Mata, presente na abertura do evento.
Com o apoio do Fundo de Cultura da Bahia, através do edital de eventos calendarizados, o Festival compõe oficialmente o calendário de eventos culturais do estado durante período 2017-2019. “Exposição do fotógrafo José Nazal sobre a história do cacau, gravuras em aquarela do artista Rafael Pita, exposição de quadros de artistas diversos em homenagem ao Barão de Popov, cerâmicas da Cores da Terra, artesanato, além de manifestações culturais como apresentação de dança afro e bumba-meu-boi e grupos de teatro com atores caracterizados com roupas que remetiam à Ilhéus da década de 30 deram uma carga substancial de atividades culturais e abrilhantaram ainda mais o nosso evento”, ressaltou Lessa.
A programação do Festival do Chocolate incluiu ainda cursos, debates, rodadas de negócios e palestras com especialistas internacionais, além de workshops gratuitos de receitas à base de chocolate com chefs famosos, como Lucas Corazza, confeiteiro e jurado do reality show Que Seja Doce, do canal GNT.
Estrada do Chocolate – Durante o Festival, o Governo do Estado lançou o projeto de implantação da Estrada do Chocolate em Ilhéus. No roteiro, os turistas conhecerão a cultura do cacau e a produção do chocolate, por meio de visitas a fazendas existentes ao longo da BA-262, com sítios históricos, rios, cachoeiras e áreas de preservação ambiental. O roteiro começa a operar a partir de agosto. Ele inclui ainda as fábricas do parque moageiro de cacau, no Distrito Industrial de Ilhéus, fazendas/fábrica de chocolate gourmet, fazendas de cacau com acervo histórico-arquitetônico, Estação Rio do Braço, arquitetônico da sede do antigo distrito de Ilhéus e a Biofábrica do Cacau.
Negócios – O Festival é também uma forma de promover a região como polo chocolateiro e difundir a cadeia produtiva do cacau. Grande vitrine para marcas de chocolate de origem, o Chocolat Bahia reúne os principais produtores de chocolate fino do Brasil. Há três anos, a empresária Cecília Costa lançou, durante o Festival, o seu Amado Cacau. “Sempre trazemos surpresas durante o evento porque achamos importante valorizar a nossa região. O Festival do Chocolate gera negócios para nossa empresa durante e, principalmente, após o evento”, conta.
Produtor de cacau no município de Ibirataia, o empresário Pedro Magalhães levou a sua VAR Chocolates pela primeira vez ao Festival, mas já acompanhava de perto o evento. “Desde o início concorro nos concursos de amêndoas e já ganhei vários prêmios”, pontuou. Ao fim desta nona edição, Pedro comemorou os resultados. “Foi um evento muito bom. Teve venda de balcão e oportunidade de negócios com outras empresas”.
Para Marco Lessa, o Festival não se limita aos quatro dias do evento. “Há desdobramentos durante o ano todo, nos negócios, no surgimento e crescimento de marcas, no estímulo ao empreendedorismo e na divulgação da região cacaueira no Brasil e no exterior. Essa é uma plataforma de fomento, de geração de emprego e renda, de estímulo à produção, de esperança na retomada do desenvolvimento em bases sustentáveis”, concluiu.
Agricultura familiar – “Cuido da fermentação, seleciono as amêndoas e crio minhas receitas”, revela Marilene Lima, empreendedora da Mary Doce Brigadeiros de Cacau, que utiliza o cacau orgânico oriundo da agricultura familiar para produzir os doces que comercializa no Chocolat Bahia – 9º Festival Internacional do Chocolate e Cacau. Marilene faz questão de mencionar que sua empresa faz parte do grupo de Produtores de Derivados de Cacau e Artesanato em Chocolate (DECACHI), que reúne oito empresas de chocolate artesanal, todas em busca da valorização do cacau como ingrediente ideal para manter uma alimentação saudável.
Outras associações e cooperativas agregam valor e fomentam negócios durante o evento, a exemplo da Coopessba,a Bahia Cacau, Chocolate PD, Attfusti e Coofasulba. Esta última atualmente beneficia 420 famílias, entre assentados na reforma agrária, indígenas e agricultores camponeses.
Com o objetivo principal de promover a visibilidade do chocolate de origem e fomentar os negócios da cacauicultura no país, o evento é uma iniciativa do Costa do Cacau Convention Bureau e Associação de Turismo de Ilhéus com o apoio do Governo do Estado da Bahia através das secretarias do Turismo, do Desenvolvimento Rural (através da CAR), de Agricultura, de Ciências Tecnologia e Informação e aporte financeiro do edital de Eventos Calendarizados, Fundo de Cultura da Bahia (através das Secretarias da Fazenda e da Cultura); Assim como a Prefeitura Municipal de Ilhéus, Banco do Nordeste, Sebrae, Caixa Econômica Federal, Sistema FIEB, Ceplac, Instituto Biofábrica de Cacau, UESC, IF Baiano-Campus Uruçuca, Centro de Inovação do Cacau, entre outras instituições e conta com a realização da MVU Eventos.
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