A exposição ‘Ilhéus Rumo aos 500 Anos’ foi aberta na manhã desta segunda-feira (23), no salão nobre do Palácio Paranaguá. O projeto apresenta ao público visitante artefatos que constituem a história do município, partindo da fundação de capitania hereditária, datada de 1534. A mostra é parte crucial para a estruturação do futuro Museu da Capitania, ambiente cultural que terá como missão salvaguardar o acervo que testemunha os 500 anos da formação cultural, social e econômica de uma das cidades mais importantes dentro da história do Brasil. A exposição ficará aberta ao público até 20 de janeiro de 2020.

O trabalho é uma parceria entre o Centro de Estudos e Pesquisas de Olivença e Ilhéus (CEPOI), Prefeitura, Museu da Piedade, UESC e demais entidades e instituições da cidade. “O projeto é aberto à comunidade, um momento oportuno para todos conhecerem e se encantarem com a história de Ilhéus. No corredor temos uma exposição fotográfica da Ilhéus antiga e também das telas da artista plástica Manu Pessoa, que retratam a cidade entre 1500 e 1590. Garimpamos materiais e artefatos que contam a história, e, posteriormente será criada outra exposição com material arqueológico”, explicou Rogério Matos, presidente do CEPOI.

O projeto é definido como uma virada histórico-cultural e prepara as comemorações dos 500 anos de nascimento da cidade. Além da implantação do Museu da Capitania, com arquivo histórico e artístico da cidade, a iniciativa versa sobre a implantação de Museus de Arte Sacra, Históricos e Ameríndios e a reativação do Museu do Cacau. O projeto foi dividido em 15 fases, com previsão final para 2033. Robson Moura, historiador do CEPOI, destacou que a proposta não se limita apenas à cidade de Ilhéus, pois a capitania abrangia a área que corresponde atualmente dos municípios de Belmonte, extremo sul a Cairu. A região compreende um dos maiores sítios arqueológicos do Brasil.

“Trata-se do resgate da antiga Capitania de Ilhéus, revelando inclusive, histórias que ainda não foram escritas. Também buscamos resgatar as culturas negra e indígena. Através das pesquisas realizadas já conseguimos mapear alguns engenhos que não estão citados em livros. Os relatos mostram que os indígenas não viviam apenas na região de Olivença, por exemplo. O projeto e a implantação do Museu da Capitania querem recontar a história da ocupação e incluir todos os períodos e populações responsáveis pela formação do nosso povo”.  

O professor e historiador Arléo Barbosa foi um dos homenageados durante a abertura da exposição. Barbosa é um dos mais importantes estudiosos da região, sendo também responsável por pesquisar e publicar informações na ocasião do centenário de elevação de Ilhéus à cidade, em 1981. A publicação comemorativa intitulada ‘Notícia Histórica de Ilhéus’ já está na quinta edição.

“As cidades circunvizinhas fazem parte da construção do projeto, podendo tanto doar acervo pessoal quanto realizar visitas. A intenção é que todos se sintam donos da exposição e do museu, que se formará em breve. Queremos formar e informar a região sobre a nossa história”, concluiu Moura.

O espaço foi visitado pelo bispo da Diocese de Ilhéus, Dom Mauro Montagnoli, professores, historiadores, secretários, superintendentes, coordenadores e diretores do Município, além de representantes dos órgãos, entidades e instituições diretamente envolvidos com a proposta.

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