Com as evidências de que o cenário de redução no número de casos da Covid-19 no Brasil se reverteu, especialistas apontam para um temor de que uma segunda onda da doença ocorra em um período onde o país esteja ainda mais fragilizado do que a primeira.

Entre os principais motivos sinalizados pelos médicos para tamanha apreensão, está o fato de prefeitos e governadores estarem relutantes em cogitar que haja novas medidas rígidas de isolamento social à população, além de falhas nos sistemas de notificação e municípios com leitos dedicados a acolher doentes desmobilizados.

De acordo com o epidemiologista do Hospital de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Márcio Sommer Bittencourt, o exemplo ocorrido nos Estados Unidos é considerado “paradoxal”, uma vez que a doença está mais difusa e o país americano se encontra com menos medidas restritivas.

Segundo dados divulgados pela rede de laboratórios clínicos, Dasa, entre os meses de outubro e início de novembro deste ano houve um aumento significativo no número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil, saindo de 18,9% para 27,4%, respectivamente.

Com cerca de 900 laboratórios espalhados pelo país, a empresa ainda informou que a média móvel na procura de exames também aumentou, com 50% no estado do Rio de Janeiro e 30% no estado de São Paulo, dentro do período de 10 de outubro e 10 de novembro.

Apesar de ser considerado pouco técnico, o termo “segunda onda” não significa necessariamente que tenha havido o final da primeira, sendo algo bastante subjetivo. No entanto, a certeza para os especialistas está na mudança de rumo da pandemia, que não está mais desacelerando. [A Tarde]

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