Nascida no interior da Bahia, Mariana Silva estreou na passarela ainda na infância e viu aquilo que não passava de uma brincadeira se transformar em oportunidade para sonhar. Incentivada pelo professor Ronaldo Rocha, participou do projeto “Garota e Garoto Estudantil”, uma iniciativa da escola para estimular a autoestima das crianças. Apesar do segundo lugar na premiação, Mariana afirma ter saído vitoriosa: “Pela primeira vez me senti a garota mais linda do mundo”. Deste dia em diante, a menina que sofria preconceito por causa da sua cor e do seu cabelo, passou a frequentar desfiles de escola e eventos de moda, com a certeza que seria capaz de colecionar realizações pelo caminho.
Com a expectativa de estudar e trabalhar, Mariana deixou a Bahia rumo à Brasília, mas ao chegar na capital a realidade se mostrou mais dura do que ela imaginava. Conseguiu moradia em um barraco construído com resto de madeira improvisada, no setor Santa Luzia, na cidade Estrutural, e precisou se adaptar ao trabalho de reciclagem: “Me deparei com uma única solução que era catar lixo, enfrentando ansiedade, depressão, saudade da família e até comendo no lixo. Era a saída que eu tinha na época”, – lembra.
Foi através da TV Cultural que Mariana reencontrou o professor de infância, que mais uma vez lhe abriu as portas para um futuro melhor. Ronaldo Rocha trabalhava na emissora e lembrou da história da garota que, através de um projeto de escola, não só conquistou autoestima como descobriu uma vocação. Decidiu que essa história merecia ser contada, então produziu uma matéria e mandou para o programa A Hora do Faro. Sorte lançada: a catadora de recicláveis passou a ter a chave para mudar o próprio destino nas mãos.
Mariana Silva foi surpreendida por um repórter em um dia de trabalho nas ruas. “Quando menos esperava, ele tocou no meu ombro e disse que eu estava no programa A Hora do Faro”, conta. Na mesma hora foi convidada para participar do desafio de posar para um ensaio fotográfico que seria avaliado pela atriz Domitila Barros, a personal stylist Malena Russo e o estilista Lino Villaventura. A modelo saiu do programa levando 15 mil reais, um curso e um contrato assinado com a agência Base MGT.
Rogério Campanelli, CEO da agência, proporcionou não só uma oportunidade de profissionalização, como um apartamento em São Paulo e qualidade de vida para a nova agenciada, garantindo transporte, alimentação, um novo guarda roupa e todo suporte necessário para esta transformação. O interesse pela modelo aconteceu de forma orgânica, provando que a aposta foi genuína.
“Tive contato orgânico com a Mari através de um amigo produtor, que me enviou fotos dela e me perguntou o que eu achava. Simples assim, foi essa pergunta. Eu respondi que gostava muito do perfil, mas que precisava de uma transformação. Não sabia quem era, nem tive nenhuma informação adicional, respondi como respondo sobre diversos perfis diariamente. Dias depois soube da história dela através da produção do Rodrigo Faro, que conhecia as referências da Base no mercado de São Paulo e entrou em contato, já que eles têm muito comprometimento com a segurança da modelo e com a certeza de um trabalho íntegro e correto.”, comenta Campanelli.
Rogério revela que os próximos passos para a nova agenciada serão focados em sua preparação para o mercado de trabalho: “Mari é uma pessoa que veio do máximo da simplicidade então a gente vai começar com a fase de lapidação. O que é isso? Fazer ela ganhar atitude, que é importante para lidar com o cliente. Ela já tem uma simpatia, tem uma naturalidade só dela, tem qualidades muito significativas, mas a simplicidade de quem foi muito humilde ainda está colada nela. Então nosso trabalho nesse primeiro momento é tirar um pouco desse monte de humildade e deixar ela mais refinada para o trabalho. Depois que ela estiver forte, partiremos para o próximo passo que é apresentar ela para o mercado, para clientes grandes.” – completa o CEO.
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