Quem visitou a terra do cacau nesta última semana, deve ter visto que estão abertos os caminhos para que o Sul da Bahia se torne também a terra do chocolate de origem. A 9ª edição do Festival Internacional do Chocolate, realizada em Ilhéus, trouxe para a região mais tradicional de cacau no Brasil, 80 expositores de oito Estados e um sabor intenso com aroma de mercado em expansão.

Com um público de aproximadamente 60 mil pessoas, e uma programação pra lá de recheada, o Festival Internacional do Chocolate movimentou Ilhéus com pessoas de diversos municípios baianos e de Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo, além de países como Portugal e Estados Unidos.

De acordo com o empresário da MVU Promoções & Eventos e idealizador do Festival Internacional do Chocolate, Marco Lessa, “o espaço do mercado ainda nem começou a ser conquistado. Nesta 9ª edição, vemos seis novas marcas que foram lançadas aqui na região. Estamos em um momento em que se reúnem mudas de cacau, tecnologia de ponta e estímulos de bancos para financiamento de negócios. Nossa marca de chocolate, Chor, cresce 15% ao mês”, mencionou.

 “O mercado brasileiro é muito grande e a aceitação para o chocolate de origem tem sido bastante positiva. Muitos consumidores ainda não conhecem esse tipo de chocolate. Acho que a produção local desse seguimento hoje, talvez não atenda nem 5% da demanda nacional. Em cada feira e viagem que a gente faz, a procura é muito grande”, informou o empresário ilheense do chocolate de origem República do Cacau, José Brandt Filho, que há dois anos comercializa chocolate em capitais como Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

O ponto forte da questão é que o público consumidor está mudando o hábito de comer chocolate, e, por isso, está mais exigente. “O mercado pede um chocolate com maior concentração de cacau e de melhor qualidade”, destaca a empresária ilheense da República do Cacau, Sônia Mendonça.

Empreendedor de Itabuna, Leonardo Maia, que há 10 meses se inseriu no mercado com o Maia Chocolate, concorda: “As pessoas estão buscando cada vez mais alimentos naturais. A procura e aceitação é muito grande por esse produto fit, de qualidade, com menos açúcar e com alto teor de cacau. Já expandimos mercado em municípios baianos e futuramente vamos avançar para outros Estados”, disse com otimismo o empresário.

Neste seguimento econômico, empresas especializadas na produção de chocolate de origem, realizam o processamento industrial a partir da amêndoa do fruto do cacau. “O cliente traz os ingredientes do cacau para a fábrica com sua formulação do chocolate, a gente faz o processamento do chocolate na nossa planta e entrega a barra já embalada, com a identidade do cliente, pronta para ele comercializar o produto”, explicou o empresário de Salvador, Mário Mendes, que está no mercado há 4 anos com a Cacauati.

Para quem deseja apostar no seguimento, o fato é que não pode faltar criatividade e nem espírito empreendedor para desbravar o mercado. Segundo o empresário Marco Lessa, “o mercado está comprador. Mas não podemos achar que todo mundo aqui na região vai fazer chocolate, fazer barra, e vai ganhar dinheiro. Tem uma variável fundamental aí que é o aspecto comercial. Tem que ir pro mercado, cavar. Estamos apenas começando, mas tem que ser criativo”.

Poderíamos dizer que nossa terra tem sabores onde brota o chocolate? Talvez ainda seja cedo, mas os caminhos já estão aí, basta desbravar.

Reportagem de Anna de Oliveira SRTE 4085/BA, para a Folha da Praia Online.

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