Por Nilson Lattari* Clara olhava para o seu jardim, em um momento em que procurava inspiração para seus escritos. Olhava para aquelas flores, plantas, pássaros voando e percebia que alguma coisa faltava ali, no meio de todo aquele verde. Subitamente, a inspiração passou do papel para a vida real, com a natureza a sua frente.
Por Nilson Lattari* Ela era feia. Sim, feia. Mas, realmente, o que é beleza? À primeira vista, com suas roupas extravagantes, assustava de certo modo as pessoas que se encontravam no ônibus. Alguma vez vestindo um macacão vermelho ou cinza, alguma coisa nos cabelos estranhamente entrelaçados, alguma coisa sempre diferente. Ao se levantar para saltar
              Por Nilson Lattari*             Qual a sensação de se sentir roubado quando olhamos no espelho o retrato fiel e perfeito do ladrão? Quando o tempo passa e o criminoso que nós construímos e o tempo foi transformando o rosto, e se disfarçou e
Por Nilson Lattari*   – Muito obrigado, Laurilene.             A caixa do supermercado, exibindo um reluzente crachá no peito, agradece, sem demonstrar surpresa com o cliente se dirigir a ela dizendo o seu nome.             Nesse mundo de hoje, o que antes ficava oculto, agora é passado pelo crachá. Você olha para alguém, olha o
                   Por Nilson Lattari*             Na verdade, eu não vou contar para vocês “my story”. My story era o apelido do Josué, um contínuo que eu conheci, lá na repartição. Quando convivemos com um grupo de pessoas, durante boa parte do dia,
              Por Nilson Lattari As mãos tremeram na máquina do tempo quando abriu a pasta envelopada e descobriu dentro dela a carta perdida, da qual somente guardava uma pálida lembrança, brincadeira de criança, dirigida ao ser que desejava que existisse no futuro: ele.             Haveria cobranças. No fundo, sempre
Por Nilson Lattari* Em que momentos podemos surpreender uma mãe exercendo seu melhor predicado? Nunca havia pensado nisso. Uma mãe, afinal, é uma mãe. Quando nasce o filho, quando cuida do filho, quando ele adoece, ou quando não está doente; quando vê com lágrimas nos olhos a entrada no primeiro dia da escola; quando o
Por Nilson Lattari *                      De repente, ao atravessar a rua, me deparei com um bueiro. Pensei, imediatamente, como seria se o meu celular caísse dentro dele? Estatelado, próximo de uma poça de água. Seria o fim, imediatamente. Instintivamente, apalpei o bolso e lá estava ele, realçado sob o tecido da