Por Dimitri Adami*
O reajuste da tarifa do transporte público em nossa cidade mais uma vez provoca a indignação dos usuários deste serviço. Não custa lembrar que o direito ao transporte está elencado na nossa constituição federal como um dos direitos sociais e, como tal, deve ser garantido e acessível a todos.
Bem, o simples fato da tarifa ser reajustada não deveria causar alarde, pois todo ano os salários são reajustados, a tarifa de energia, de água, os aluguéis, afinal, a inflação aí está e incide sobre todos os bens e serviços dos quais fazemos uso. Mas porque o reajuste da tarifa de transporte público causa tanta indignação ao povo ilheense?
A resposta é muito simples: A “passagem de ônibus” de Ilhéus já é muito cara!
Para explicar o afirmado farei uma comparação com nossa capital, onde existe um sistema de transporte público integrado com estações de transbordo, no qual o usuário pode pegar DOIS ônibus diferentes num intervalo de duas horas ou até mesmo fazer uso do METRÔ em um dos seus trajetos, pagando apenas uma única tarifa de R$3,70 (três reais e setenta centavos), diferente dos ilheenses que estão pagando R$3,80 (três reais e oitenta centavos) a partir do presente mês para fazer uso de um sistema de transporte público que não satisfaz aos anseios de seus usuários.
É papel da Câmara de Vereadores, representante do povo, perceber tal aberração e lutar pelos interesses dos cidadãos, evitando que estes sejam lesados ao fazer uso de um serviço tão essencial à coletividade.
Infelizmente, não foi o que aconteceu.
* Dimitri Adami é bancário, advogado e cofundador do grupo Ilhéus Livre.
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