Os problemas de mobilidade urbana vão além das fronteiras municipais. Estão em todo o Brasil e se repetem há anos. Excesso de veículos nas ruas, transporte coletivo deficitário, execução lenta de obras de infraestrutura e falta de ações conjuntas entre municípios. Com a chegada da nova ponte que ligará o centro de Ilhéus ao Pontal e toda a zona sul, o município planeja, através do Núcleo de Projetos da secretaria municipal de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável (Seplandes), um novo projeto de mobilidade urbana para a área atendida e seu entorno do novo empreendimento. Esta semana, este núcleo esteve reunido com o engenheiro Rui Brandão. Durante a reunião, foi apresentado os projetos que vão compor um conjunto de soluções, estratégias e metas do plano de mobilidade urbana com o objetivo de modernizar o centro de Ilhéus para os próximos anos.

Segundo a Seplandes, os estudos e o projeto com as perspectivas serão apresentados, em breve, ao prefeito Mário Alexandre. Este novo desenho de mobilização e urbanização, vai alcançar as principais vias de ligação, entre elas, as avenidas Soares Lopes (com a criação de uma rotatória e estacionamento com cerca de mil vagas), também as avenidas Petrobrás, Canavieiras, Cidade Nova, Tiradentes e Praça Cairu. O encontro contou com a presença do vice-prefeito de Ilhéus, José Nazal Pacheco Soub, do secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Trânsito, Hermano Fahning, do arquiteto urbanista, Arthur Zugaib Valente, do urbanista, Alexandre Amorim, além do diretor de Trânsito, Gilson Nascimento e do gerente de Trânsito, Rogério Buralho.

Presente e futuro – Segundo José Nazal, que também ocupa a pasta de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável, a cidade precisa pensar de forma moderna sua mobilidade e se readequar com um plano de estratégias. Na avaliação dele, a melhoria do ambiente urbano acontece quando a cidade promove a instalação de equipamentos que dão suporte e integração a todo esse sistema viário, além de um sistema de transporte coletivo de qualidade. “Precisamos deixar uma grande marca positiva na cidade”, opinou Nazal. “A dinâmica municipal e intermunicipal é, sobretudo muito forte e precisamos começar a unir as políticas públicas numa mesma direção e pensar e executar no presente um plano para o futuro”, argumentou.

Para o urbanista Alexandre Amorim, os projetos serão articulados para médio e longo prazo com a organização do financiamento para a execução. Para ele, a chegada da ponte implica nas mudanças de todo o sistema viário. “Estas artérias sofrerão impactos significantes e as futuras modificações vão completar todo o sistema. Com isso, as obras contemplam o centro da cidade e a Orla Sul, além de seis quilômetros de ciclovias ligando o centro ao norte e ao sul da cidade”, explicou. O urbanista disse ainda que o projeto vai inserir a Soares Lopes, num novo contexto estético e socioeconômico, valorizando ainda mais o projeto urbanístico do famoso paisagista paulista, Roberto Burle Marx.

Fluidez da cidade – Alexandre acrescentou ainda que o bojo de tudo isso, é a sensação de que a cidade cresceu demais e de maneira desordenada, com impactos negativos sobre o acesso aos bens e serviços, à infraestrutura, à qualidade de vida e ao exercício da cidadania. “Cidade cresce onde o trânsito é o maior problema. O que aconteceu, no entanto, como acontece em outras cidades do porte de Ilhéus, foi um aumento do tráfego em locais que se julgava bem estruturados, mas não estavam”, ressalta.

O diretor de Trânsito da Superintendência de Trânsito, Gilson Nascimento, salienta que um dos dados mais alarmantes apontados pelos planos de mobilidade urbana da região é o alto índice de deslocamentos com carro ou moto. Ele classifica que “a cultura do automóvel está muito presente na população, que a percebe como sinônimo de sucesso e processo, quando não é. Precisamos fazer essa mudança e nos livrar deste gargalo e isso não depende de um só setor, é um conjunto de políticas públicas”, defende.

Fonte: Secom Ilhéus

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