O levantamento, feito por encomenda da ONG Avaaz entrevistou por telefone, entre 28 e 30 de maio, cerca de mil pessoas com mais de 16 anos de idade, em todos os estados e no Distrito Federal. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Nesta terça-feira, o Senado começa a analisar um projeto de lei do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que trata sobre o assunto. O texto institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, estabelecendo normas e mecanismos de transparência para redes sociais e serviços de mensagens da internet para combater abusos. Outro projeto semelhante foi apresentado na Câmara.

Entre as medidas em discussão no Congresso abordadas pela sondagem, a que tem maior índice de aprovação se refere às correções de verificadores de fatos independentes. Para 81% dos brasileiros, o Parlamento deve obrigar por lei que as redes sociais a mostrem artigos com checagem de fatos independentes a todos aqueles expostos a conteúdo falso ou enganoso, enquanto 15% discordam da medida.

Segundo o levantamento, 76% dos entrevistados concordam com a proposta de exigir que as redes sociais rotulem contas automatizadas, os chamados perfis “robôs”. Outros 20% discordam e 4% não souberam responder.

Além disso, 71% são a favor de que as redes sociais informem quem financiou os anúncios e postagens pagas exibidos nessas plataformas. Para a mesma quantidade de entrevistados, o Congresso deve exigir que as empresas de mídia social removam contas falsas, garantindo, entretanto, que usuários possam usar outro nome em seus perfis por questões de segurança ou por serem contas de humor.

Para 68%, o governo não faz o suficiente para lidar com notícias falsas e desinformação na internet, enquanto 24% avaliam que o Executivo faz o suficiente na área. A confiança é ainda menor na forma que a questão é tratada por empresas que controlam as redes sociais, como YouTube, Facebook e Twitter. De acordo com o Ibope, 72% não confiam nessas plataformas, contra 20% que confiam.

A pesquisa mostra também que 76% dos brasileiros estão muito preocupados ou um pouco preocupados com as notícias falsas e com a desinformação na internet, enquanto 22% disseram não estar preocupados. Outros 15% discordam da medida, enquanto 3% não sabem ou não responderam.

O apoio à regulamentação é maior entre os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos (96%), moradores do Nordeste (94%) e por quem tem o ensino fundamental completo (94%). A lei contra “fake news” também tem maior adesão entre mulheres (93%), jovens (entre 25 e 34 anos chega a 93%), pretos e pardos (92%) e evangélicos (92%).

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