O documento que permite o uso da cloroquina na rede pública de saúde para pacientes contaminados pelo coronavírus está com pedido de suspensão aberto. Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) dos estados de Sergipe, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo abriram ação contra a ampliação da utilização do medicamento até que o Ministério da Saúde apresente um resultado claro de benefício ou risco do seu uso em pacientes com Covid-19. 

O pedido, feito no dia 20 de maio, foi encaminhado para a 1ª Câmara de Revisão e Coordenação do MPF para ser enviada ao Ministério da Saúde. A justificativa dos procuradores dos quatro estados é que o medicamento não é comprovado como eficiente para o tratamento dos pacientes com o vírus causador da pandemia. 

Eles pedem que o Ministério comprove a relação favorável entre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina sobre o tratamento para a doença para que, só então, a utilização do medicamento na rede pública de saúde seja feita. 

No mesmo dia 20, um documento publicado pelo Ministério da Saúde admitia que não existem comprovações, ainda, de que a cloroquina e seus derivados são eficazes para tratamento da Covid-19. 

“A atual capacidade de processamento de testagem no país é de dez mil exames por dia, conforme apresentado pela Secretaria de Vigilância Sanitária em 20 de maio de 2020, e o plano de testagem nacional não sofreu alterações que permitam abranger o universo de sintomáticos leves que terão que fazer o teste previamente ao uso de cloroquina ou hidroxicloroquina, com capacidade de resposta efetiva dos exames”, declaram os procuradores, segundo o jornal O Globo. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu os testes sobre com a droga para tratamento da doença após constatação do aumento do número de óbitos.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) impôs que o Ministério da Saúde liberasse a o uso medicação. A falta de comprovações sobre os benefícios dela para combate da doença gerou instabilidade entre o governante e os dois últimos ministros da casa, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. (BN)

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