Documentos obtidos pela Satélite comprovam que a cúpula do fundo de pensão da Petrobras (Petros) já tinha conhecimento há pelos menos seis anos dos indícios de desvios e corrupção envolvendo a construção na nova sede da estatal em Salvador. O edifício, batizado de Torre Pituba e construído com recursos do Petros, foi alvo ontem da 56ª fase da Lava Jato, a Operação Sem Fundos, sob acusação de superfaturamento superior a R$ 1 bilhão. O material a que a coluna teve acesso data de 10 de novembro de 2012. À época, dois segurados da Petros enviaram correspondência ao então presidente do Conselho Fiscal do fundo, Silvio Sinedino, na qual relatam suspeitas de fraude no contrato para construção do edifício e alertam para a possibilidade de prejuízos à Petrobras e à Petros.
Rastros de sujeira
A lista de indícios fornecidos a Silvio Sinedino inclui detalhes sobre o aumento injustificado de quase quatro vezes o valor original do contrato e a participação de duas empresas de Minas Gerais no esquema de corrupção.
Duto aberto
Todo material é baseado nos relatos de um engenheiro que trabalhava para uma das empresas contratadas para a obra. Na correspondência ao dirigente da Petros, os dois funcionários da Petrobras revelam que a empreiteira mineira Mendes Pinto, responsável pelo gerenciamento e fiscalização da construção, sequer possuía estrutura compatível para tocar projetos como o Torre Pituba. Informaram ainda que a equipe da Mendes Pinto se resumia a dois arquitetos, um engenheiro civil sem experiência em obras do tipo e cinco estagiários. Estes, eram os únicos vistos no canteiro do edifício.
Todos estão surdos
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), a Mendes Pinto é investigada por receber R$ 69 milhões “para praticamente não realizar as atividades para as quais fora contratada”. Na carta ao Conselho Fiscal da Petros, os funcionários da estatal deixam clara a urgência de auditoria no contrato com a empresa, pela suspeita de que ela pudesse esconder desvios de verbas e repasse de propina. Em agosto de 2015, a denúncia foi remetida ao então presidente da Petros, Henrique Jagger. No entanto, os alertas nunca foram levados em conta pelos dirigentes do fundo de pensão.
Pano de fundo
A candidatura do deputado Nelson Leal (PP) à presidência da Assembleia foi arquitetada por líderes da base aliada não só para reduzir o espectro de poder do PSD. O alvo seria também o ex-presidente da Casa, o deputado federal eleito Marcelo Nilo (PSB). Segundo governistas interessados na vitória de Leal, apoiar o deputado Adolfo Menezes (PSD) daria gás a Nilo, que, como se sabe, é amigo de primeira hora de Menezes.
Desce e sobe
Políticos influentes da oposição garantem que o deputado estadual Luciano Ribeiro (DEM) está prestes a assumir um cargo no alto escalão da prefeitura de Salvador. Atual líder da bancada da minoria na Assembleia, Ribeiro não conseguiu se reeleger, mas conta com grande simpatia junto ao prefeito ACM Neto (DEM).
Pílula
Depois da tempestade Dois dias após perder a disputa pelo controle da OAB na Bahia, o advogado Gamil Föppel
ganhou um meio de sacudir a poeira: obteve a segunda colocação entre os criminalistas mais admirados do país em 2018, apontou o novo anuário Análise Advocacia 500, um dos mais respeitados rankings da advocacia brasileira. No estado, está em primeiro lugar.
“Como o governador pode ter o desplante de usar a desculpa de um tal ‘reordenamento’ para, em vez de ampliar, reduzir as escolas no estado? Isso é um retrocesso! Nós não podemos aceitar tamanho desrespeito à população”, Téo Senna, vereador pelo PHS na capital, ao criticar o governador Rui Costa (PT) pelo fechamento de escolas estaduais
Fonte: Correio
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